Voltar ao serviço militar obrigatório? Spahn e Pistorius exigem reformas!
Jens Spahn e outros apelam ao regresso ao serviço militar obrigatório. A actual evolução da política de segurança exige medidas.

Voltar ao serviço militar obrigatório? Spahn e Pistorius exigem reformas!
Nas últimas semanas, a discussão sobre um possível regresso ao serviço militar obrigatório na Alemanha ganhou força. Jens Spahn, o líder da facção da União, vê a retoma como uma medida essencial para aumentar a capacidade de defesa da República Federal. “Temos que nos preparar para a possibilidade de um regresso ao serviço militar obrigatório”, sublinha Spahn. Isto requer uma estrutura abrangente na Bundeswehr para poder reagir rapidamente. Estão previstos até 60.000 soldados adicionais para atingir os objectivos de defesa da OTAN. Ele recebe o apoio do ministro da Defesa, Boris Pistorius (SPD), que também sublinha a importância deste número de recrutas, como relata [zeit.de](https://www.zeit.de/politik/deutschland/2025-06/bundeswehr-wehrpflicht-rueckkehr-förder-jens-spahn-wehr Commissioner).
A situação da política de segurança na Europa mudou dramaticamente. O Serviço Federal de Inteligência e a Bundeswehr alertam para a ameaça constante de um ataque russo, e as actuais avaliações da situação mostram que a Rússia poderá potencialmente criar as condições para uma guerra em grande escala até ao final da década. Neste contexto, a questão do serviço militar obrigatório foi recolocada na agenda. Paralelamente, o Comissário das Forças Armadas, Henning Otte, apelou recentemente à obrigação de servir se o número de voluntários não for suficiente. Otte enfatiza que o governo federal deveria desenvolver uma lei juridicamente viável para elementos obrigatórios, o que é mais uma indicação da necessidade de reforma, como explica o [WDR](https://www1.wdr.de/nachrichten/wehrpflicht-bundeswehr-faq-fragen- Answeren-100.html).
Detalhes sobre recrutamento
Uma questão central na discussão sobre o regresso ao serviço militar obrigatório é a questão de saber se isto também se deve aplicar às mulheres. Spahn deixou claro que o recrutamento seria apenas para homens, com base na Lei Básica existente. No entanto, a alteração desta Lei Básica exigiria uma maioria de dois terços no Bundestag e no Bundesrat. O serviço militar obrigatório foi suspenso em 2011 sob Karl-Theodor zu Guttenberg (CSU), depois de existir há 55 anos. Embora o serviço militar obrigatório não seja diretamente mencionado no acordo de coligação entre a União e o SPD, o objetivo é criar um novo e atrativo serviço militar voluntário. Um repensar poderia ocorrer aqui, como relata a n-tv.
A maioria no SPD continua a contar com a participação voluntária, embora Pistorius tenha sublinhado que isto só é válido se a necessidade de soldados puder ser satisfeita. Julia Klöckner (CDU) refere-se à palavra “primeiro” no acordo de coligação e deixa em aberto que não está descartada a reintrodução do serviço militar obrigatório. Ela também defende uma obrigação geral de servir, que poderia ir além do serviço militar e incluir também áreas sociais.
Desafios atuais da Bundeswehr
Os desafios são enormes. Segundo o ministro da Defesa, Pistorius, é essencial que a Bundeswehr esteja pronta para o combate. No entanto, deve notar-se que a Bundeswehr não está actualmente suficientemente equipada para implementar o serviço militar obrigatório. Numerosos quartéis e propriedades foram vendidos, enquanto o número de treinadores e quartéis disponíveis diminuiu significativamente. Isto poderia dificultar a atual implementação do serviço militar, alerta o novo comissário militar Otte. Portanto, seria proposto um sistema militar obrigatório ao estilo sueco, que poderia incluir o agrupamento obrigatório para expandir o efetivo das tropas.
A discussão é alimentada pelo aumento simultâneo das tensões internacionais e dos ataques no Mediterrâneo e nas fronteiras externas da NATO. Esta política de segurança explosiva coloca novos desafios não só para a Alemanha, mas também para toda a Europa.